Hanna Korich participa do festival A.R.T.E.S. em Assis
O documentário “Cassandra Rios – A safo de perdizes” foi ontem uma das atrações do Festival das A.R.T.E.S. (Afetos, (Re)existências, Transmutações, Encontros, Subjetividades), que vem sendo realizado na Unesp, campus de Assis, e que segue com programação até sexta-feira. Mais do que assistir ao documentário, o público presente pode debater seu conteúdo com Hanna Korich, a diretora.
Este documentário foi selecionado em concurso do ProAC (Programa de Ação Cultural), da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Sua diretora convidada a participar no próximo mês de outubro em Paris-França, do Festival Internacional de Filmes Lésbicos e Feministas. No título Korich compara Cassandra Rios, natural do bairro paulistano de Perdizes, como a Safo; grande poetisa grega do século V, que tinha uma escola para mulheres na ilha de Lesbos. O filme trata da trajetória da escritora Cassandra Rios, perseguida pela ditadura militar sob a alegação de pornografia, e visa apresentá-la às gerações atuais e futuras. “Cassandra foi a escritora brasileira mais censurada pela ditadura, com 36 livros apreendidos, o que levou ao fechamento de sua livraria. Bestdrllrt absoluta nas década de 60 e 70, com mais de um milhão de exemplares vendidos, ela faleceu aos 69 anos, em 8 de março de 2002 sem o merecido reconhecimento”, coloca Korich.
A diretora do documentário “Cassandra Rios: a safo de perdizes” é advogada e graduada em Comunicação Social, fez parte do Conselho de Atenção à Diversidade Sexual do município de São Paulo, representando as lésbicas. É também sócia-fundadora da editora Brejeira Malagueta, a primeira dedicada às mulheres que amam mulheres. “Cassandra era culta, lia e escrevia muito bem em francês, mas utilizava em seus romances de linguagem popular, pois queria ser lida. Ela foi a primeira autora a abordar o lesbianismo de forma aberta no Brasil, tendo começado a publicar em 1948, e a primeira também a falar da mulher como um ser sexual, com libido”, conta Korich.