Opiniões sobre Karina Dias
Leitoras e a editora Laura Bacellar falam de suas impressões ao ler a autora de Aquele dia junto ao mar, do qual Karina Dias interpreta um trecho.
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Leitoras e a editora Laura Bacellar falam de suas impressões ao ler a autora de Aquele dia junto ao mar, do qual Karina Dias interpreta um trecho.
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Várias simpáticas leitoras e Hanna Korich, uma das sócias da Malagueta, comentam o livro Amores cruzados, de Fátima Mesquita.
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É com orgulho que a Editora Malagueta lança Shangrilá, o primeiro livro de uma jovem autora brasileira que não pertence ao eixo Rio-São Paulo. Apesar de morar em Recife, Marina Porteclis brinda as leitoras com um romance ambientado na zona da mata de Alagoas, que ela conhece intimamente.
Para quem sempre imaginou como acontece o amor entre mulheres longe das metrópoles, eis aqui a resposta em ritmo ágil e sensual. Mas não é só o calor e a beleza do Nordeste que nos chegam através das páginas de Shangrilá, há também a preocupação em se viver de forma íntegra e assumir com honestidade os sentimentos.
A autora aborda com delicadeza a questão da família, do preconceito e da coragem de uma mulher homossexual ser quem ela é. Tudo isso através da história de Mariana Villa-Real, uma moça valente e decidida que com certeza vai encantar as leitoras como encantou a todas nós aqui da editora. E as muitas moças que se interessam por ela nessa aventura deliciosa.
por Laura Bacellar
No dia 4 de julho as autoras Karina Dias, Mariana Cortez, Lúcia Facco e eu fizemos a 1ª. Conversa Lésbica Literária de Paraty durante a OFF FLIP. Foi muito interessante, com participação acalorada de várias moças da platéia e uma discussão que se estendeu por boas duas horas.
Um dos temas levantados, e que aliás sempre surge quando se fala de literatura lésbica, é se uma pessoa com sensibilidade e imaginação tem condições de escrever um texto de temática lésbica – um homem como o Chico Buarque ou uma mulher hetero bem informada – ou se é preciso ser uma lésbica para tanto.
Essa discussão tem defensores fortes de ambos os lados. Há uma nobre tradição que diz que a literatura não é documentária mas arte, e que para fazer arte a pessoa precisa ter sensibilidade e usar sua riqueza interior. Não precisa, assim, ter experimentado na pele tudo o que descreve.
A outra ala desse embate costuma dizer que sim, é verdade que uma escritora não precisa ter vivido tudo o que coloca nas suas histórias (senão não existiria a ficção científica, por exemplo), mas pelo menos a essência ela necessita ter experimentado na sua alma, ou sua literatura soará falsa.
É uma boa discussão. Uma das presentes argumentou que Kafka nunca virou uma barata gigante para escrever A metamorfose. Outra rebateu que ninguém virou uma barata gigante para saber se a descrição de Kafka é boa ou falsa…
Apesar de achar a troca de idéias uma delícia, eu tenho uma posição definida a respeito: literatura lésbica precisa ser escrita por lésbicas.
Como argumento, eu vou apresentar aqui nosso lançamento mais recente, o livro Amores cruzados, de Fátima Mesquita.
Nós da Editora Malagueta anunciamos com prazer o lançamento de um livro delicioso, Amores cruzados da mesma autora de Julieta e Julieta.
Fátima Mesquita adora as palavras e, nesse romance, brinca muito com elas. No título de cada capítulo faz uma pergunta de palavras cruzadas (para quem quiser resolvê-las, há um esquema na última página) e dá a resposta na última palavra do mesmo capítulo. Joga com músicas, amizade, pequenos enigmas, muito bom humor e seduz a leitora com um texto fluido e saboroso.
Constrói a radiografia de um casamento – entre duas mulheres maduras, centradas e passando por problemas – em apenas trinta dias de reviravoltas e decisões. Um grande prazer de ler e ao mesmo tempo uma obra séria e bem plantada no terreno das emoções verdadeiras.
por Lúcia Facco
Como escritora eu sempre me aventurei pelo campo das narrativas curtas: contos, cartas. Mas resolvi tentar escrever um romance, e quando isso aconteceu, fiquei pensando a respeito do assunto, buscando um tema que me interessasse tanto a ponto de fazer parte de minha vida durante alguns meses.
Certo dia, estava lendo o Malleus Maleficarum, o martelo das feiticeiras, que se trata de um “manual” para os inquisidores, com técnicas de tortura orientadas. Publicado no ano de 1486, é um verdadeiro requinte de sadismo. Na edição brasileira, há uma introdução histórica escrita por Rose Marie Muraro que fala da época em que a sociedade era matriarcal e de quando os homens descobriram que podiam se utilizar de sua força física para subjugar as mulheres, passando a ter o controle social com todas as vantagens que poderiam obter a partir daí.