{"id":100,"date":"2010-07-01T15:33:10","date_gmt":"2010-07-01T15:33:10","guid":{"rendered":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/2010\/07\/01\/malagueta-no-ciranda-brasil\/"},"modified":"2010-07-01T15:33:10","modified_gmt":"2010-07-01T15:33:10","slug":"malagueta-no-ciranda-brasil","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/malagueta-no-ciranda-brasil\/","title":{"rendered":"Malagueta no Ciranda Brasil"},"content":{"rendered":"

Terezinha Vicente, do site Ciranda Brasil, fez uma mat\u00e9ria bem completa sobre o evento L\u00e9sbicas: 10 escritoras brasileiras<\/strong>, que aconteceu no dia 28 de agosto de 2010 em homenagem ao Dia da Visibilidade L\u00e9sbica. Confira: <\/p>\n

\n
\n

Com a palavra, escritoras l\u00e9sbicas<\/h3>\n<\/p><\/div>\n<\/p><\/div>\n
\"lesbicas <\/p>\n
\n

Promovido pela Editora Malagueta, e realizado na Livraria da Vila, o encontro, de gera\u00e7\u00f5es e escritas diversas, lotou o audit\u00f3rio, mostrou experi\u00eancias e levantou pol\u00eamicas, principalmente a de sempre: pode-se falar da exist\u00eancia de uma literatura l\u00e9sbica? A editora Laura Bacellar e sua s\u00f3cia, Hannah Korich, resolveram comemorar os dois anos de sucesso do empreendimento editorial, convidando nada menos do que 10 autoras de literatura l\u00e9sbica, publicadas por diferentes editoras, para falar de seus livros e da raz\u00e3o pela qual escrevem.<\/p>\n

<\/p>\n

Tamb\u00e9m houve o lan\u00e7amento do primeiro livro de n\u00e3o fic\u00e7\u00e3o da Malagueta – L\u00e9sbicas na TV: The L Word,<\/em> de Adriana Agostini. Um mergulho profundo sobre o inovador seriado americano, sem deixar de lado a paix\u00e3o da autora pelas personagens da telinha. Adriana \u00e9 mestre em Comunica\u00e7\u00e3o Social, al\u00e9m de trabalhar como jornalista, e diz que virou adolescente desde o primeiro dia em que assistiu a s\u00e9rie, j\u00e1 com seus 40 anos de idade. Considera a s\u00e9rie um marco na tv, com tanta visibilidade a protagonistas l\u00e9sbicas e felizes.<\/p>\n

Elas dizem escrever sobretudo porque gostam de escrever, em primeiro lugar; e sentiram falta na literatura de personagens com as quais se identificassem. E todas homenagearam o papel importante de Laura Bacelar como editora na batalha pela tem\u00e1tica, abrindo caminho para as mais jovens sobretudo. Danda Prado, presente ao evento, foi imediatamente lembrada pelas pioneiras, a partir de Bertha Solares, como precursora de literatura l\u00e9sbica, pelo selo \u201cAletheia\u201d, da Brasiliense. Tamb\u00e9m as \u201cEdi\u00e7\u00f5es GLS\u201d,da Summus, foram lembradas. Fato \u00e9 que essas cole\u00e7\u00f5es que se extinguiram, e agora a Malagueta vem ocupando este espa\u00e7o necess\u00e1rio.<\/p>\n

L\u00facia Facco, escritora carioca e pesquisadora das mais lidas e citadas, foi a primeira a falar de sua experi\u00eancia. Graduada em Letras, mestre e doutora em Literatura, ela vem procurando compreender o homoerotismo na literatura, e buscando nos seus escritos naturalizar as rela\u00e7\u00f5es homoafetivas. L\u00facia teve sua tese de doutorado, sobre homofobia na literatura infantil, publicada em 2009, pela Summus; al\u00e9m de artigos e ensaios, ela publica contos e romances desde 2004. Foi acusada por um blog de querer que todas as crian\u00e7as virem homossexuais, devido a algum grande trauma que tivesse passado. L\u00facia tem um filho que, com dez anos de idade, foi quem a inspirou a pesquisar seu doutorado.<\/p>\n

Historiadora, Bertha Solares, disse ter ligado \u00e0 esta paix\u00e3o outras duas: o amor entre mulheres e as grandes cidades do mundo. Destacado por ela, e refor\u00e7ado pelas outras, a import\u00e2ncia da solidariedade entre escritoras e editoras l\u00e9sbicas, a troca de leituras, as dicas, a abertura de portas comuns… sem as quais eu n\u00e3o existiria, diz Bertha. Uma das citadas e presentes, Stella Ferraz, publica desde 1999. E nos informa que, gra\u00e7as ao trabalho de Danda Prado, seu nome consta do \u201cDicion\u00e1rio de Escritoras Brasileiras\u201d.<\/p>\n

Val\u00e9ria Melki Busin come\u00e7ou com contos. Depois, publicou, pela Summus, dois livros que pretendiam compor uma trilogia – sobre as descobertas das adolescentes e sobre as mulheres entre 30 e 40 anos – “mas eu n\u00e3o vou finalizar a trilogia, fui abduzida por outros projetos”, diz Val\u00e9ria, um deles com a Malagueta. Renata Pallottini, dramaturga e poeta conhecida, reivindicou a poesia como necess\u00e1ria, devendo-se reservar para ela um espa\u00e7o, e leu alguns poemas…<\/p>\n

\u201co meu prazer \u00e9 um sonho no teu corpo…<\/em><\/p>\n

\u201c…o corpo \u00e9 uma resposta pronta, profunda…<\/em><\/p>\n

\u201c… descobrir o infinito da carne no infinito da alma\u201d.<\/em><\/p>\n

Mariana Cortez inaugurou a fala da ala jovem das escritoras, as que come\u00e7aram na internet, com blogs e contos. Para ela foi fundamental haver alguma literatura l\u00e9sbica para ler na adolesc\u00eancia, ajudou-a a se ver melhor e ter coragem de se expor. Desde 2004 escreve contos na internet, obtendo grande retorno, suas leitoras fizeram crescer suas personagens. Karina Dias tamb\u00e9m foi incentivada pelos muitos emails de leitoras de sua primeira hist\u00f3ria na internet. Ainda sem livro publicado, Drikka Silva foi levada a Malagueta pelas outras escritoras e diz que sua inspira\u00e7\u00e3o \u00e9 buscar o que n\u00e3o existe, imaginar o inimagin\u00e1vel. J\u00e1 Naomi Conte diz sempre ter escrito contos l\u00e9sbicos porque acredita que escrevemos sobre o que conhecemos.<\/p>\n

Al\u00e9m dos novos ve\u00edculos para a publica\u00e7\u00e3o das mais jovens, elas falam de uma nova literatura l\u00e9sbica, produto de uma viv\u00eancia um pouco mais livre da sexualidade diferenciada. \u201c\u00c9 nova porque deixou de ter o ran\u00e7o melanc\u00f3lico e triste da literatura l\u00e9sbica mais antiga\u201d, opina Mariana. Sua gera\u00e7\u00e3o de l\u00e9sbicas, com as trocas via internet, come\u00e7ou a perceber que vivem como todas as demais pessoas e a escrever mais, mas tamb\u00e9m gostam de publicar livros. Karina Dias diz ter se impressionado com a quantidade de leitoras que tinham medos diversos de viver sua lesbianidade, ao contr\u00e1rio dela mesma, que saiu do arm\u00e1rio aos 17 e diz que isso nunca interferiu em sua vida.<\/p>\n

O debate mais pol\u00eamico foi sobre a tal literatura l\u00e9sbica. Questionou-se essa categoria, assim como se questiona se existe uma literatura feminina. Embora a maioria diga que o mais importante \u00e9 ser boa ou m\u00e1 literatura, tocar na universalidade do ser l\u00e9sbica neste mundo ocidental “onde a literatura \u00e9 heteronormativa, patriarcal e faloc\u00eantrica”, como disse L\u00facia Facco, \u00e9 um fato pol\u00edtico; a exist\u00eancia de uma literatura gay\/l\u00e9sbica \u00e9 afirmativa para o segmento. Bertha Solares conta que h\u00e1 quinze anos n\u00e3o l\u00ea literatura escrita por homem, trabalhou academicamente com movimentos de mulheres e feministas, e passou a gostar cada vez mais do outro olhar, da \u00f3tica das mulheres. Ela protesta contra as poucas publica\u00e7\u00f5es de autoras e a quase inexist\u00eancia de personagens homossexuais nos livros publicados anualmente. Como disse Val\u00e9ria Melki, por enquanto precisamos dessa afirma\u00e7\u00e3o pol\u00edtica da literatura l\u00e9sbica.<\/p>\n<\/p><\/div>\n<\/p><\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Terezinha Vicente, do site Ciranda Brasil, fez uma mat\u00e9ria bem completa sobre o evento L\u00e9sbicas: 10 escritoras brasileiras, que aconteceu no dia 28 de agosto de 2010 em homenagem ao Dia da Visibilidade L\u00e9sbica. Confira: Com a palavra, escritoras l\u00e9sbicas Promovido pela Editora Malagueta, e realizado na Livraria da Vila, o encontro, de gera\u00e7\u00f5es e […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[],"builder_content":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/100"}],"collection":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=100"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/100\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=100"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=100"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=100"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}