{"id":56,"date":"2009-09-26T15:07:06","date_gmt":"2009-09-26T15:07:06","guid":{"rendered":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/2009\/09\/26\/malagueta-na-revista-istoe\/"},"modified":"2009-09-26T15:07:06","modified_gmt":"2009-09-26T15:07:06","slug":"malagueta-na-revista-istoe","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/malagueta-na-revista-istoe\/","title":{"rendered":"Malagueta na revista Isto\u00c9"},"content":{"rendered":"

\"istoe<\/p>\n

Saiu uma reportagem simp\u00e1tica na revista Isto\u00c9 de 30 de setembro de 2009, na se\u00e7\u00e3o comportamento, assinada pela jornalista Ver\u00f4nica Mambrini, que menciona a pimenta liter\u00e1ria e nossa pr\u00f3xima autora, Karina Dias. Confira.<\/p>\n

No mundo das l\u00e9sbicas<\/span><\/strong><\/p>\n

Nas baladas e eventos de mulheres homossexuais se constata que elas querem um espa\u00e7o pr\u00f3prio, independente dos homens gays<\/p>\n

A DJ Nina Lopes, 37 anos, toca todo s\u00e1bado na primeira festa fixa voltada para l\u00e9sbicas de S\u00e3o Paulo. “De um ano para c\u00e1, teve um boom de baladas para mulher. Temos eventos de sexta e s\u00e1bado toda semana e outros espor\u00e1dicos, uma vez por m\u00eas ou a cada 15 dias”, conta. Alguns chegam a atrair 2,5 mil pessoas. Nas baladas para mulheres homossexuais, a paquera \u00e9 sutil.
Em vez de abordagens agressivas, as meninas dan\u00e7am coladas, lan\u00e7am olhares, esperam uma resposta. Na Superdyke, festas homossexuais femininas, no UltraClub, onde Nina comanda o som, o p\u00fablico est\u00e1 na casa dos 20 anos. Se em lugares p\u00fablicos namoradas nem sequer podem dar a m\u00e3o despreocupadamente, l\u00e1, casais d\u00e3o beijos apaixonados. Na pista, garotas dan\u00e7am bem perto, encaixando os corpos, numa liberdade dif\u00edcil de imaginar numa festa heterossexual. As atra\u00e7\u00f5es da pista s\u00e3o o ponto alto da noite, com shows de gogo dancers e strippers – mo\u00e7as se aglomeram ao redor do palco e gritam, assoviam. No lounge, casais namoram, conversam e d\u00e3o risada, como se estivessem em bancos de parque, mas sob a prote\u00e7\u00e3o das quatro paredes da casa. As l\u00e9sbicas querem um espa\u00e7o s\u00f3 delas.<\/p>\n

“Quando se fala em movimento gay, as pessoas nem pensam em mulheres. Ent\u00e3o \u00e9 um jeito de dizer que existimos”
<\/span>Karina Dias, escritora
<\/strong><\/p>\n

<\/p>\n

\u00a0Em muitas coisas, as mulheres homossexuais querem ser iguais aos homens gays: nos direitos civis e na aceita\u00e7\u00e3o social conquistados, por exemplo. Em outras, querem que suas diferen\u00e7as sejam respeitadas e valorizadas. O que se constata quando se mergulha no mundo das l\u00e9sbicas \u00e9 que elas n\u00e3o querem abrir m\u00e3o de um espa\u00e7o pr\u00f3prio. Ou seja, n\u00e3o querem ficar a reboque dos homossexuais masculinos. Para dar conta dessa necessidade, est\u00e1 surgindo um movimento silencioso, com eventos, produtos e servi\u00e7os voltados para esse p\u00fablico. As baladas que se multiplicam s\u00e3o um exemplo. Mas o fermento dessa iniciativa \u00e9 a internet. A escritora Karina Dias, 30 anos, come\u00e7ou com um blog e acaba de lan\u00e7ar o romance l\u00e9sbico “Aquele Dia Junto ao Mar”. “Quando se fala em movimento gay, as pessoas nem pensam em mulheres. Ent\u00e3o \u00e9 um jeito de dizer que existimos”, afirma Karina, que recebe dezenas de emails por dia de garotas que n\u00e3o sabem como lidar com a descoberta da sexualidade. “Eles v\u00eam carregados de d\u00favidas e medos. Isso \u00e9 um grande impulso para continuar escrevendo.”\u00a0<\/p>\n

\"istoe_nina_lopes\"<\/p>\n

A internet mostrou que havia um p\u00fablico negligenciado at\u00e9 mesmo pela m\u00eddia gay. “Dentro de um mundo machista, as l\u00e9sbicas s\u00e3o a minoria da minoria”, diz Paco Llist\u00f3, editor do Dykerama (dyke \u00e9 g\u00edria para l\u00e9sbica, em ingl\u00eas), site voltado para l\u00e9sbicas e bissexuais que existe h\u00e1 dois anos e chega a picos de um milh\u00e3o de acessos por dia. “O machismo pauta at\u00e9 mesmo parte do movimento LGBT (L\u00e9sbicas, gays, bissexuais e transexuais). N\u00e3o s\u00f3 na milit\u00e2ncia, mas de forma editorial e cultural”, afirma Llist\u00f3. “Agora elas come\u00e7am a ganhar espa\u00e7o.”
Mais recente, o site Parada L\u00e9sbica tem tamb\u00e9m uma rede social s\u00f3 para elas. A editora do site, Del Torres, 29 anos, apostou na diversifica\u00e7\u00e3o de assuntos, sob a perspectiva homossexual feminina. “L\u00e9sbicas, acima de tudo, s\u00e3o mulheres e gostam de textos mais sens\u00edveis”, afirma Del. Outra ideia foi criar um ponto de encontro virtual para as meninas. Da\u00ed surgiu o Leskut, que tem hoje 19 mil perfis e recebecerca de 100 ades\u00f5es por dia. “Chats de grandes portais est\u00e3o cheios de heterossexuais e casais procurando algu\u00e9m para transar. Como o Leskut \u00e9 um ambiente mais controlado, elas se sentem confiantes.”\u00a0<\/p>\n

\"istoe_grafico\"<\/p>\n

A soci\u00f3loga francesa St\u00e9phanie Arc, autora de “As L\u00e9sbicas<\/a>” (Ed. GLS), que acaba de ser lan\u00e7ado no Brasil, acredita que as homossexuais femininas est\u00e3o certas em tentar afirmar sua identidade dentro do movimento gay. “Afinal, elas encontram dificuldades espec\u00edficas na sociedade”, reconhece. Mas essa participa\u00e7\u00e3o \u00e9 um fen\u00f4meno bastante recente. “Existia uma ideia forte de que as mulheres n\u00e3o militavam. E, da forma tradicional, n\u00e3o participavam mesmo”, afirma a escritora Val\u00e9ria Melki, 43 anos. Val\u00e9ria enfatiza que \u00e9 importante que a milit\u00e2ncia assimile as diferen\u00e7as. “Sexualidade para os homens \u00e9 um valor, para as mulheres \u00e9 um horror. Uma mulher sexualmente livre \u00e9 malvista, ao contr\u00e1rio do homem. Isso afeta a mulher l\u00e9sbica.” A escritora foi uma das criadoras do grupo Umas e Outras, que reunia l\u00e9sbicas para saraus liter\u00e1rios. Outra das criadoras, Laura Bacellar, comemorou um ano da primeira editora l\u00e9sbica do Brasil, a Malagueta.<\/p>\n

\u00a0\"istoe_laura_e_hanna\"LIVROS PARA ELAS Laura Bacellar e Hanna K s\u00e3o casadas e s\u00f3cias da editora Malagueta, de literatura l\u00e9sbica<\/em><\/strong><\/p>\n

Laura fundou a editora junto com sua companheira, Hanna K. “Nos nossos romances, queremos protagonistas e vis\u00e3o homossexuais claras e assumidas”, afirma Laura. H\u00e1 duas gera\u00e7\u00f5es escrevendo atualmente: autoras mais velhas, entre 40 e 50 anos, que participaram da primeira fase do movimento gay, e uma nova gera\u00e7\u00e3o, na casa dos 30 anos, que se formou na internet. “\u00c9 um pouco mais f\u00e1cil para elas do que foi para a gera\u00e7\u00e3o anterior, as fam\u00edlias aceitam com mais tranquilidade”, diz Laura. “Elas s\u00e3o mais diretas em seus textos para falar o que acontece na cama, em detalhes, sem tanto pudor.”<\/p>\n

“Queremos protagonistas homossexuais claras e assumidas”
<\/span>Laura Bacellar<\/strong><\/p>\n

Outras editoras est\u00e3o despertando para o nicho. O Grupo Editorial Summus tem o selo GLS, que s\u00f3 neste ano lan\u00e7ou seis t\u00edtulos e cresceu 10% mais do que o resto do grupo. “As publica\u00e7\u00f5es voltadas para as l\u00e9sbicas est\u00e3o mais interessantes”, reconhece Soraia Bini Cury, editora-executiva da Summus. “Mas n\u00e3o existia abertura para esses livros. De uns tempos para c\u00e1, elas est\u00e3o assumindo junto com os gays a milit\u00e2ncia pelos direitos humanos”, diz a editora. Os cr\u00edticos desse movimento alertam para o perigo de as l\u00e9sbicas quererem se fechar em guetos, justamente no momento em que os gays est\u00e3o conseguindo mais espa\u00e7o na sociedade. A semi\u00f3loga Edith Modesto, que acaba de lan\u00e7ar “Entre Mulheres”, de depoimentos homoafetivos, discorda. “Isso \u00e9 preconceito”, afirma. “N\u00e3o se trata de se isolar. Pessoas com as mesmas caracter\u00edsticas se sentem bem de ter um espa\u00e7o pr\u00f3prio para discutir seus assuntos.” Para St\u00e9phanie Arc, a ideia de gueto tamb\u00e9m n\u00e3o se aplica. “N\u00e3o \u00e9 um conceito exato, porque o gueto \u00e9 onde voc\u00ea est\u00e1 \u00e0 for\u00e7a, contra a sua vontade. E isso jamais me ocorreu quando estou num bar para mulheres.”<\/span><\/p>\n\n\n\n\n
\"istoe_balada\"<\/td>\n<\/tr>\n
\n
A NOITE \u00c9 DELAS <\/strong>Sem ass\u00e9dio masculino, elas ficam \u00e0 vontade em bares e baladas l\u00e9sbicas<\/em><\/div>\n<\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n

\n

\u00a0<\/p>\n<\/p>\n\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\n

\u00a0<\/p>\n<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\n

\u00a0<\/p>\n<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\n

\u00a0<\/p>\n<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/table>\n<\/p>\n

<\/p>\n

\u00a0<\/p>\n

<\/span><\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/table>\n
<\/table>\n<\/p>\n
<\/table>\n<\/p>\n
\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/p>\n

\u00a0<\/p>\n

<\/span><\/p>\n<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/p>\n

\u00a0<\/p>\n

<\/span><\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/table>\n

<\/p>\n

\u00a0<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/table>\n<\/p>\n

<\/span> <\/p>\n

<\/table>\n<\/p>\n
\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/p>\n

<\/table>\n
<\/table>\n

<\/span><\/p>\n

<\/table>\n
<\/table>\n
<\/table>\n<\/p>\n
\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/span><\/p>\n<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/span><\/p>\n<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/span><\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/span><\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/p>\n

<\/table>\n
<\/table>\n

<\/span><\/p>\n

<\/table>\n
<\/table>\n<\/p>\n
\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

\u00a0<\/p>\n

\n <\/tbody>\n<\/table>\n

<\/table>\n
<\/table>\n
<\/table>\n
<\/table>\n
<\/table>\n
<\/table><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Saiu uma reportagem simp\u00e1tica na revista Isto\u00c9 de 30 de setembro de 2009, na se\u00e7\u00e3o comportamento, assinada pela jornalista Ver\u00f4nica Mambrini, que menciona a pimenta liter\u00e1ria e nossa pr\u00f3xima autora, Karina Dias. Confira. No mundo das l\u00e9sbicas Nas baladas e eventos de mulheres homossexuais se constata que elas querem um espa\u00e7o pr\u00f3prio, independente dos homens […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[],"builder_content":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/56"}],"collection":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=56"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/56\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=56"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=56"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=56"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}