{"id":61,"date":"2009-11-15T19:16:59","date_gmt":"2009-11-15T19:16:59","guid":{"rendered":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/2009\/11\/15\/malagueta-em-o-estado-de-spaulo\/"},"modified":"2009-11-15T19:16:59","modified_gmt":"2009-11-15T19:16:59","slug":"malagueta-em-o-estado-de-spaulo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/malagueta-em-o-estado-de-spaulo\/","title":{"rendered":"Malagueta em O Estado de S.Paulo"},"content":{"rendered":"
O primeiro e \u00fanico selo editorial da Am\u00e9rica do Sul especializado em publica\u00e7\u00f5es para l\u00e9sbicas completa um ano<\/p>\n<\/p><\/div>\n
Em todas as publica\u00e7\u00f5es, as hist\u00f3rias falam de amor e sexo entre mulheres. As s\u00f3cias avisam: “Os textos s\u00e3o um pouco apimentados, mas n\u00e3o trabalhamos com pornografia.” Outra particularidade do selo Malagueta \u00e9 o formato de bolso dos livros, que recebem contracapas lil\u00e1s (cor que representa os homossexuais), para que suas leitoras tenham privacidade na hora de ler em lugares p\u00fablicos. Mais uma curiosidade: o s\u00edmbolo da editora s\u00e3o duas sapinhas, o que d\u00e1 um toque de humor (para quem n\u00e3o sabe: “sapa” \u00e9 um apelido popular para l\u00e9sbica).<\/p>\n HAPPY END<\/strong><\/p>\n Diferentemente de romances l\u00e9sbicos publicados no passado, os livros lan\u00e7ados pela Malagueta t\u00eam direito a final feliz, embora isso n\u00e3o seja um requisito para a sua publica\u00e7\u00e3o. Para se ter uma ideia, as personagens da escritora Cassandra Rios, uma das precursoras da literatura l\u00e9sbica no Brasil em plena repress\u00e3o dos anos de 1970, eram amargas, bebiam muito e sofriam com o amor imposs\u00edvel. Mat\u00e9ria super simp\u00e1tica escrita por Ci\u00e7a Vallerio e publicada no jornal O Estado de S.Paulo de domingo, dia 15 de novembro de 2009, no Suplemento Feminino. Olhe s\u00f3 que bacana um jornal que costumava ser t\u00e3o conservador dando espa\u00e7o para l\u00e9sbicas! Uma editora engajada O primeiro e \u00fanico selo editorial da Am\u00e9rica do Sul especializado […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[],"builder_content":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/61"}],"collection":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=61"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/61\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=61"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=61"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/editoramalagueta.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=61"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
CONTRA O ESTIGMA \u2013<\/strong> Para a escritora Karina, quanto mais se fala sobre o tema, menor o preconceito<\/em><\/p>\n
Apenas em 1999, surgiu o primeiro livro brasileiro que falava do amor entre duas mulheres com final feliz. Foi Julieta e Julieta<\/em>, escrito pela mineira F\u00e1tima Mesquita, que atualmente mora no Canad\u00e1. Apesar do estigma, as poucas publica\u00e7\u00f5es que tratam da homossexualidade feminina ajudam a entender e a aceitar a condi\u00e7\u00e3o sexual de muitas que enfrentam barreiras na sociedade. Foi o que aconteceu com a pr\u00f3pria Hanna, de 52 anos, que, junto com Laura, inaugurou a Malagueta.
“Os livros s\u00e3o fundamentais para tirar d\u00favidas, fazer as pessoas conhecerem o universo homo de uma forma serena”, acredita Hanna. “Eu tive dificuldades para me aceitar, porque vivia em um universo profissional cheio de preconceitos, que era o de advogados, al\u00e9m do ambiente familiar. Foram os livros que me ajudaram a ter compreens\u00e3o de mim mesma. Pensando na minha trajet\u00f3ria, entrei nesse projeto para que outras tenham a mesma oportunidade que eu tive.”
Depois de v\u00e1rias d\u00e9cadas, Hanna assumiu publicamente sua homossexualidade e seu relacionamento de cinco anos com Laura, sua s\u00f3cia.
A escritora Karina Dias, autora do quarto t\u00edtulo da Malagueta, n\u00e3o sofreu preconceito quando assumiu sua condi\u00e7\u00e3o sexual aos 18 anos. Por\u00e9m, a maioria de suas leitoras l\u00e9sbicas, que acompanha suas hist\u00f3rias publicadas na web, sente muita dificuldade para lidar com a sexualidade.
“V\u00e1rias s\u00f3 conseguem viver o amor delas na internet, lendo os romances e contos que escrevo”, conta a carioca Karina, de 30 anos, que estuda Jornalismo e se mudou para S\u00e3o Paulo, com o objetivo de morar com sua companheira paulistana. “Uma editora espec\u00edfica para esse nicho \u00e9 importante, pois mostra, por meio de suas publica\u00e7\u00f5es, que \u00e9 poss\u00edvel ser feliz. Al\u00e9m disso, a partir do momento em que se conhece mais sobre esse assunto, os estigmas e preconceitos v\u00e3o se diluindo naturalmente.”
Al\u00e9m das leitoras, muitas autoras tamb\u00e9m n\u00e3o se sentem \u00e0 vontade para se expor. Por isso, acabam usando pseud\u00f4nimos, como observa a carioca L\u00facia Facco. Ela est\u00e1 finalizando a segunda parte do seu livro As Guardi\u00e3s da Magia, lan\u00e7ado pela Malagueta. Mas bem antes desse t\u00edtulo, publicou outros com tem\u00e1tica l\u00e9sbica.
“Quanto mais se fala, mais se desmistifica o tema”, ressalta L\u00facia, que \u00e9 mestre em Literatura Brasileira e doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. “\u00c9 importante que as pessoas saibam que n\u00e3o vivemos em gueto, que n\u00e3o ficamos fazendo sexo 24 horas por dia. Tem sexo sim, mas tamb\u00e9m h\u00e1 muita afetividade. Ali\u00e1s, \u00e9 o tipo de literatura que n\u00e3o \u00e9 preciso ser l\u00e9sbica para ler. Do mesmo jeito que n\u00e3o \u00e9 necess\u00e1rio ser pol\u00edcia para ler uma hist\u00f3ria policial.”<\/p>\n<\/p><\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"