Brejeiras no café
O sarau Brejeiras no Café no sábado, dia 19 de fevereiro, lá no Fran’s da Klabin foi um sucesso!
As mulheres apareceram em peso, leram textos os mais variados, fizeram mini-performances, foi muito divertido.Várias autoras, entre as quais Karina Dias (Aquele dia junto ao mar), Andréa Ormond (Longa carta para Mila), Stella Ferraz (Preciso te ver) e o casal Karla e Pya (Armário sem portas) participaram com ótimo senso de humor. As moçoilas todas presentes (a mais nova de 19 anos, a mais velha de 81) não só aplaudiram como tiraram papéis das bolsas para ir lá na frente ler prosa e poesia, provocações e escritos mais sérios, textos publicados e inéditos. Jerusia Guijen Garcia fez uma performance de tirar o chapéu! Depois ficou o tal bate-papo que a gente prometeu, que tanta mulher junta não resiste a uma conversa…
Veja algumas fotos abaixo, outras no nosso twitter, e leia os comentários de Rosanna, uma garota que veio de Santos para assistir às mulheres.
Comentários de Rosanna Ré:
Joaninhas, abacates, femmes, butchers, ativas, passivas, são tantas denominações sociais para as meninas que amam meninas que nem sei mais… Lá estávamos todas misturadas, agregadas em torno de um objetivo comum a leitura e cultura lésbica.
Um agradável dia de verão que cobria a todas com um véu de fim-de-tarde, e aos poucos iam aparecendo mais e mais mulheres. Novas, meia idade, maior idade, todas com um gosto em comum. O paladar apurado que nos faz, a cada uma, especialistas no assunto.
Em verso e prosa a tarde se fez. Eram risos, ruídos, espantos, suspiros, desabafos, que iluminavam e acolhiam os rostos ali presentes. Uns mais tímidos, outros mais assumidos, outros mais jovens ou velhos, mas nada disso importava, pairava no ar a cumplicidade dos assuntos, gostos, gestos, cantos e encantos.
A tarde corria, o tempo voava e muitos textos nos embalaram nessa melodia agradável aos olhos e ouvidos. Umas mais experientes, outras apenas iniciantes, mas todas presentes, muito presentes naquele lugar, naquele bairro, naquela pequena célula que parecia germinar o futuro, desvelando e desinibindo os próprios preconceitos, tornando tudo mais fácil, vivo e alegre.
Assim foi a tarde, se aproximando e encontrando a noite que na claridade do verão nos fez a despedida com a promessa de novamente nos encontrarmos para quem sabe um novo sarau literário com data e local marcados, pelo menos em nossos corações.